A ÁGUA

A Água de Torneira


      São poucos os que tem a facilidade de obter água pura de nascentes ou de mananciais ainda não poluídos, como os das cidades do interior. No Brasil, o tratamento dado à água que recebemos em nossas residências, varia de uma cidade para outra e pela própria origem da água a ser tratada. Porém, alguns processos são comuns a todas as estações de tratamento.


A Captação

      A obtenção da água bruta de um manancial (rio, lagoa ou poço artesiano), retirada em um ponto onde a contaminação seja a menor possível.  A água chega bombeada à estação de tratamento através de uma tubulação metálica de grande diâmetro, sendo que logo na chegada passa por um sistema de medição, onde se obtém dados referentes à vazão em l/seg., e à turbidez, ou seja, a quantidade de material sólido em suspensão na água bruta. No "teste do jarro", como é conhecido, determina-se a concentração do produto que agirá como clarificador, no caso, o sulfato de alumínio - Al2(SO4)3 - cuja solução é adicionada à água bruta logo após o ponto de medição, sendo este o local de maior velocidade e agitação, propiciando melhor mistura.

     
A Floculação

      A concentração em água bruta considerada normal é em torno dos 16 mg/l, sendo que em época de enchentes, quando o aspecto da água barrenta é o tradicional laranja avermelhado, chega-se a aplicar severos 60 mg/l! É importante registrar que o sulfato de alumínio baixa o pH da água, que na chegada gira em torno dos 6.9 ~ 7.0, caindo para 6.3 ou até mesmo 6.0, após a adição do clarificador, dependendo da concentração usada. Depois de misturada à água, a solução de sulfato de alumínio provoca a formação de pequenos flocos gelatinosos de alguns milímetros, que são responsáveis pela retenção dos sólidos em suspensão.


A decantação

     São enormes piscinas ao ar livre, com algumas dezenas de metros de comprimento, onde a água atravessa de uma ponta à outra em movimento suave, sem turbulência, bem lentamente para que os flocos, mais pesados, desçam até o fundo.


A filtração

      O processo utilizado é o de se fazer passar a água através de seixos e de uma camada de areia, que tem de 57cm a 60 cm de espessura, no chamado filtro "convencional" por gravidade, ou seja, de cima para baixo, ou ainda, através de uma camada que, só de areia, tem 2 metros, no "clarificador de pressão", de baixo para cima. Durante a filtração, a água já fica em local coberto, livre do vento, poeira, insetos ou quaisquer outras formas de contaminação.


O reservatório de contato

      È um tanque lacrado, sem comunicação com o ar atmosférico, acessível somente para manutenção, em que a água está em constante circulação, sendo submetida a testes de qualidade de hora em hora, e onde ela recebe os três aditivos básicos que influenciarão decisivamente na sua qualidade final: cloro, flúor e cal hidratada.


O Cloro

      Ao contrário do que muitos imaginam, não é o mesmo produto usado nas piscinas, onde o "cloro" é, na verdade, uma mistura de dois sais em pó: hipoclorito de cálcio e de sódio. Apesar de terem a mesma finalidade - bactericida - o produto usado no tratamento da água potável é o gás cloro - Cl2 - que é acidificante, de cor amarela, de odor sufocante e que causa mal-estar em ambientes fechados, que é injetado e dissolvido na água tratada por um aparelho denominado clorador, o qual permite regular a dosagem do gás manualmente. Essa dosagem é calculada da seguinte forma: sendo um gás injetado num líquido sob pressão, o cloro tende a se perder no caminho até o consumidor final - residência, estabelecimento comercial, escola, etc. - sendo que a água deverá chegar até ele com uma concentração mínima, denominada "residual de cloro". Semanalmente, são feitos testes desses valores residuais nas chamadas "pontas de rede", locais mais distantes abastecidos pela estação de tratamento, sendo possível assim controlar a dosagem com precisão razoável. O valor médio aplicado no tratamento, em condições ditas "normais", é de 0.6 mg/l, sendo a variação indicada para água destinada ao consumo humano, de 0.5 mg/l até 0.9 mg/l. Vale registrar que o poder bactericida do cloro é ainda maior em meio ácido, onde se conclui que é dentro do reservatório de contato que sua eficácia como anti-séptico é mais notada. Ele atua, ainda, como oxidante de pequenas partículas que porventura escapem da filtragem.

  
O flúor

      Na forma de solução de flúor-silicato de sódio - Na2SiF6 - função principal a de auxiliar no combate à cárie dentária. É também de natureza ácida, sendo que sua dosagem varia conforme a temperatura da água: quanto mais quente, menor a concentração. Em águas na faixa situada entre 26.4 ºC a 32.5 ºC - a grande maioria das cidades brasileiras - são aplicados 0.7 mg/l.


A cal hidratada

      A principal função a de elevar o pH ao valor de 8.3, que é chamado "pH de saturação" ou "pH final". Isto, porque a tubulação e as partes metálicas da rede de distribuição ficam protegidas da corrosão provocada pela água ácida e pelo efeito oxidante do cloro. Apesar de serem permitidos valores de pH final entre 6.5 e 9.5, é tecnicamente aconselhável o uso em torno dos 8.3, para se evitar depósitos de ferrugem e de outros óxidos prejudiciais à saúde nas caixas d'água residenciais.
Pronta e acabada, a água é levada aos reservatórios de distribuição e encaminhada pela rede ao seu destino final, tornando-se, então a nossa velha conhecida "água de torneira"

      As condições da água potável das cidades brasileiras são razoáveis, porém, recomenda-se o uso de um filtro de partículas (desses que fica acoplado a torneira) para reter partículas em suspensão. Utilize uma caixa d´água para deixar a água descansando por dois dias, com aeração constante, para liberar o cloro da água e oxigenar.         

      Antes de utilizar a mesma, faço o teste de pH, gh, dh, temperatura e cloro.  A água é retira da caixa d´água de amianto deixa o pH levemente alcalina. Com aeração constante, o cloro evapora, se precisar você pode utilizar bicarbonato de sódio, para aumentar o pH e a dureza.       Use a água sempre da mesma fonte, evitando alterações indesejáveis causadas pela água de outra fonte, que poderá conter níveis químicos diferentes da água que é utilizada frequentemente.. Casos em que pessoas utilizavam água de poço artesiano, infelizmente tiveram problemas sérios:


  • ·   CO2, na água, transforma-se em "ácido" Carbônico..
  • ·   Baixo teor de Oxigênio.
  • ·   Presença de coliformes fecais.
  • ·   Metais pesados.
  • ·   Água turva, rica em Ferro

     Antes de fazer o projeto de sua criação, faça antecipadamente uma análise química da água em um laboratório que seja bem conceituado no mercado, este procedimento evitara transtorno e prejuízo, dependendo do caso, existem soluções para tais problemas, não entre em pânico, procure uma pessoa experiente e que tenha uma boa afinidade com química para poder lhe explicar com transparência o que ocorre na água. 

      Para melhor esclarecer, faça uma observação na embalagem de uma água mineral, veja o que existe em sua composição, vamos fazer um teste para lhe deixar curioso:


  • ·        1 copo de água mineral sem gás e natural
  • ·        teste de ph, dureza total e dureza dos carbonatos
  • ·        compressor de ar para aquário 
  • ·        pedra porosa
  • ·        mangueira

O teste

     procure não balançar a água quando adquiri-la, preferencialmente procure uma embalagem de copinho lacrada com um tampa de alumínio, a vedação é melhor, pegue os testes e deixe-os pronto para a ação.
      Abra lentamente sem balançar a água, colete um pouco e faça os testes, após os testes anotados, adicione a pedra porosa ligada em um compressor de ar de aquário, espere por duas horas e depois faça os testes novamente, anote e compare, o resultado será o que acontecerá em seus tanques,se utilizar água de poço ou mineral.


Trocas d´água

Nos aquários das matrizes devemos trocar 30% duas vezes na semana. Geralmente nos dias de trocas forneça o patê de fígado de galinha antes das trocas. Nos aquários de alevinos e jovens a troca é de 50%. Troque a água fazendo a sifonagem, utilize uma mangueira grossa para ganhar tempo, mas cuidado para não sugar os peixes. 

A água a ser utilizada deverá ter o pH entre 6,8 a 7,4. Marque no aquário os percentuais de troca (marca da altura máxima da água, marca do percentual de 30% e marca do percentual de 50%. Aproveite a sifonagem para retirar a sujeira do fundo, deixe a aeração desligada uma hora antes de começar, ajuda a decantar a sujeira. Com esta sifonagem e retirada de água você evita o acúmulo de matéria orgânica e a produção de amônia. 
      Por um processo natural, os alevinos machos, excretam um hormônio que inibe o crescimento dos concorrentes. O hormônio fica ativo na água e retarda o crescimento. Fazendo as trocas de água, você garante um bom crescimento e uniformidade. 
         Nunca coloque as mãos dentro do aquário a menos que as tenha lavado com bastante água e sem sabão, elas podem levar substâncias químicas, fungos e bactérias nocivas aos peixes. 
         Lembre-se que a oxigenação da água se dar, através da troca de gases entre a água e o ar, portanto, evite aplicar qualquer produto de limpeza, químico, colas, fumar, etc. dentro da estufa, pois assim podem contaminar os peixes.
Depois reponha a água retirada com a água previamente tratada.  Repor através de torneiras posicionadas em cima dos aquários é uma boa ideia, fazendo assim, a reposição lentamente. Faça a primeira troca de água dos alevinos depois do 3o dia de vida. 
A limpeza dos filtros é feita de 15 em 15 dias (lave-os bem e coloque lã nova). Lave o interior do aquário pelo menos uma vez ao mês. Utilize uma esponja sem sabão. Cuidado com a mangueira e objetos usados na limpeza, deixe-os imersos em  um balde com solução forte de água, formol e sal grosso para lava-los, antes de mergulhar em outro aquário (previne a transmissão de doenças).
     
   
Águas verdes

       Água rica em composto orgânico, luz intensa, Nitrato e fosfato, favorecem o surgimento de micro algas. O fosfato pode ser proveniente da própria água ou estar presente na alimentação que você fornece. O sal marinho que usamos, também pode estar adicionando os fosfato na água ou outro produtos para tratamento d´água. A faixa de tolerância fica entre 0.05ppm a 0.1ppm e você pode usar uma teste para estas verificações. 
      Utilize alimentos que contenham baixas taxas de fosfato. Os nitritos provenientes da deteorização de restos de alimentos, também contribuem ao aparecimento destas algas.                 

Água branca

         É a existência de silicato, fosfato e metais pesados na água e ainda de bactérias. Lave bem os cascalho se estiver usando (não é recomendável o uso de cascalho na criação seletiva de guppies). Se estes produtos estiverem presentes na água, você pode não ter condicionado-a corretamente. Não super povoe os aquários e não forneça alimentação em excesso. O sistema de filtragem, quando dimensionado e condicionado, resolve este problema.

Água marrom

       São indicadores de acúmulo de material em decomposição, geralmente estas águas são indicadas para peixes de origens amazônicas, nesta região é muito comum ter este tipo de água, o exemplo que temos é o rio negro, a água marrom surge por intermédio das chuvas diárias que ocorrem nas florestas, quando chove deságua o chá das folhas e do solo rico em material em decomposição, assim mantendo a água escura e o ph extremamente ácido.

Água vermelha

     Presença de amônia em alto teor, normalmente surge com o acumulo de ração em decomposição ou filtragem biológica insuficiente.

Água amarela

       Falta de manutenção, quantidade excessiva de peixes em um ambiente pequeno, filtragem insuficiente, gerando acumulo de matéria orgânica.